Arcana imperii violentam as perguntas sobre seus segredos
- Marcella Carvalho
- 23 de ago.
- 1 min de leitura
A violência, segundo Giorgio Agamben, instaura um estado de exceção no ordenamento jurídico no qual a vítima, em sua vida nua, desabrigada e excluída da proteção da lei enquanto cidadã de direito inserida na política, está incluída no sistema pela sua exclusão. Essa abertura à vulnerabilidade no seio do humano sustenta a própria estrutura democrática ocidental, pautada desde o início pela separação entre polis e oikos: cidade - onde circulam aqueles que são agentes dos pilares do poder- e a casa - onde estariam os escravos, as mulheres e os animais. Se a política se faz enquanto proteção da face (persona) na esfera pública, como a singularidade pode emergir fora do âmbito privado, se as identidades, na era da modulação em massa por algoritmos e medicamentos, também são suscetíveis às técnicas de controle? A arte, a educação e o cultivo da interioridade são práticas necessárias.
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