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Ciência e/ou arte: disputa ou interseção?

A pretensão de verdade da ciência pode gerar cerceamentos e colonialismo
A pretensão de verdade da ciência pode gerar cerceamentos e colonialismo

Entre manifestações de amor à fusão entre arte e ciência como em Ada Lovelace e sua busca por uma "ciência poética" ao prestígio fetichizante da ciência em sua pretensão pela ideia de verdade em detrimento do conhecer pelo falso, pela ficção que é arte, este debate epistemológico é importante para a discussão sobre violência epistêmica. Para Lazzarato, todo conhecimento construído hoje já está situado na máquina capitalista de produção e somente efetuando uma "máquina de guerra nômade", isto é, revertendo seus modos de coerção, podemos constituir uma resistência no olho do furacão. No entanto, se arte e ciência tendem a um estado de captura, as técnicas de subjetivação estão mais estruturadas na ciência pela extensão do poder da tecnologia hoje.


A ciência médica, por exemplo, de base aristotélica e cartesiana, enxerga o humano como uma fragmentação em classificações fixas e dificilmente integráveis. Do mesmo modo, a psiquiatria, em seu modelo atual neuroquímico, entende a psique com a fixidez de seus princípios projetando na mente o funcionamento anatômico e fisiológico, bem como a base estatística desta episteme. No entanto, quem medita ou experimenta o contato com a arte sabe que o inconsciente é muito mais vasto, desbravado, flexível, diverso e ambíguo. Para o escritor antilhano Édouard Glissant, a alteridade precisa ser coberta pelo véu da "opacidade", conceito para expressar o cuidado para não colonizar o outro, tentação presente em todos nós, imersos nesse paradigma ocidental.

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Por Marcella de Paula Carvalho

Conteúdo protegido por direitos autorais.

Todas as imagens e textos são de minha autoria

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